App tem funcionalidade para evitar vazamento de fotos, conversas e documentos. (Foto: SayMe/Divulgação) |
O controle total de poucas empresas sobre o mercado de tecnologia e comunicação tem incomodado desenvolvedores e investidores. Por outro lado, a falta de opção é uma questão para os usuários brasileiros. Como alternativa, o analista de sistemas Brunno Velasco, 48 anos, desenvolveu o aplicativo SayMe, uma das primeiras plataformas de troca de mensagens instantâneas criada e lançada no país. A ferramenta, que já teve mais de 5 mil downloads para Android (também disponível para iOS), foi lançada recentemente, no dia 20 de junho deste ano. A perspectiva é que, em até três anos, a plataforma angarie 100 milhões de usuários.
“Muitas pessoas têm ‘dores’ com os aplicativos de mensagens. Comecei a ver que eu também tinha, como por exemplo, poder fazer um agendamento de mensagem; ou ao receber áudios, não ter uma transcrição em texto do material; e ainda na busca de alguma mensagem, ter que ficar rolando a página por não ter uma pesquisa. Comecei a observar que essas funcionalidades não tinham no WhatsApp, no Telegram e outros”, comentou em entrevista a Propagavel.
De acordo com o desenvolvedor do aplicativo, o diferencial da SayMe para outras plataformas é que o app brasileiro permite transformar uma mensagem de áudio para texto, sem precisar escutar o áudio; proíbe o reencaminhamento, cópia ou compartilhamento de mensagens, áudios, fotos e documentos; e ainda possibilita o agendamento de mensagem (de áudio ou texto) com data e hora de entrega, e deixa invisível o “status online” e o “visto por último”.
Velasco, que trabalha na área desde os 18 anos, possui no currículo aplicativos como “Femini Driver”, app de transporte exclusivo para o público feminino, que funciona em Porto Alegre; e o “Instapet”, app de compartilhamento de fotos para animais domésticos. O novo app de mensagens recebeu um investimento de cerca de R$ 1 milhão da Osten Moov.
“Era uma necessidade do mercado. O Brasil não tinha feito nada ainda. No ano passado, eu comecei a desenvolver o aplicativo como um teste. As ideias que vieram eu fui implementando, como ter opção de proibir o encaminhamento de mensagens, fotos, documentos e áudios. É uma configuração livre para o usuário”, explica. Velasco antecipou que o aplicativo da SayMe também ganhará uma versão corporativa, destinada a empresas e iniciativas.
Velasco criticou o “monopólio” dos conglomerados de mídias norte-americanos e internacionais e a “ditadura digital”, sobre os usuários de aplicativos. “Um aplicativo é do Facebook, e outro é lá da Rússia. Será que as pessoas confiam tanto nesses aplicativos que não tem um respaldo? É só usar? Quando as pessoas entenderem que a privacidade é um ouro que nós temos nas nossas mãos, elas vão ficar preocupadas para onde vão essas mensagens”, diz ele. “Não podemos viver num monopólio e ficar dependentes totalmente de uma plataforma. Hoje, as pessoas realmente dependem do WhatsApp", pontua.
Para Velasco, o aplicativo SayMe pode ser uma alternativa a plataformas já consolidadas. “A questão não é barrar o WhatsApp ou qualquer outro app, mas sim ser uma opção para o usuário”, diz ele. “Queremos fazer o melhor para que as pessoas usem cada vez mais o aplicativo em prol delas, que elas tenham mais produtividade, dando mais tempo e assim mais qualidade de vida. A SayMe veio para tentar ajudar nessa questão”, finaliza.